Desmatamento na Mata Atlântica: 2,4 milhões de hectares perdidos
Mata Atlântica perde 2,4 milhões de hectares em 40 anos, restando 31% de vegetação natural. Agricultura lidera transformação.
A Mata Atlântica perdeu 2,4 milhões de hectares de floresta em 40 anos, restando apenas 31% de sua vegetação natural. A agricultura é a principal responsável por essa transformação, destacando a vulnerabilidade das florestas maduras e sua biodiversidade.

Mata Atlântica: Perda de Florestas em Quatro Décadas
A Mata Atlântica, um dos biomas mais biodiversos do Brasil, sofreu uma significativa redução em sua cobertura florestal nas últimas quatro décadas. De acordo com o levantamento do MapBiomas divulgado no dia 28 de agosto, o bioma perdeu 2,4 milhões de hectares de floresta, equivalente a uma diminuição de 8,1% em comparação com a área registrada no início da série histórica.
Situação Atual da Mata Atlântica
Atualmente, o bioma mantém apenas 31% de sua vegetação natural. O desmatamento recente, que afeta em grande parte áreas com mais de 40 anos, destaca a vulnerabilidade das florestas maduras que carregam uma significativa biodiversidade e são essenciais para os serviços ecossistêmicos.
Segundo Natalia Crusco, da equipe do MapBiomas:
“A vegetação natural da Mata Atlântica foi suprimida para abrir espaço para atividades humanas desde o início da colonização. Em 1985, ano de início da nossa série histórica, o bioma tinha apenas 27% de sua área florestal original.
Crusco observa que cada década desde 1985 apresentou um ritmo de desmatamento diferente. Após a promulgação da Lei da Mata Atlântica, houve um ligeiro aumento na área florestada do bioma.
Impactos da Agricultura e Avanço Urbano
O estudo destaca a agricultura como a principal força de transformação da paisagem. Desde 1985, a área destinada ao cultivo agrícola quase dobrou, ocupando agora um terço da produção nacional dentro do bioma. As culturas de soja (343%), cana-de-açúcar (256%) e café (105%) foram as que mais expandiram, enquanto as pastagens perderam cerca de 8,5 milhões de hectares.
Além disso, a silvicultura quintuplicou sua área ao longo de 40 anos, representando atualmente mais da metade de toda essa atividade no país. O crescimento urbano também contribuiu significativamente para a transformação do bioma, tendo duplicado desde 1985. Atualmente, três em cada quatro municípios (77%) expandiram sua área urbanizada.
Mais de 80% dos municípios da Mata Atlântica possuem áreas urbanizadas pequenas, com menos de mil hectares. Apenas três capitais, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, têm mais de 30 mil hectares de área urbana.
Importância das Políticas de Conservação
O estudo ressalta a importância de políticas de conservação e recuperação da vegetação nativa. Embora o ritmo do desmatamento tenha desacelerado, a média anual nos últimos cinco anos ainda foi de 190 mil hectares desmatados. A conservação das florestas maduras, essenciais para a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos, permanece um desafio crucial para a preservação da Mata Atlântica.


