Operação policial no Rio deixa mais de 60 mortos
Ação policial nos complexos do Alemão e Penha se torna a mais letal da história do Rio, com mais de 60 mortos na terça-feira.
Uma operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, resultou em mais de 60 mortes, tornando-se a ação mais letal da história da cidade. A operação visava conter a expansão do Comando Vermelho, com 69 mandados de prisão planejados em 180 endereços.

Mais de 60 mortos em operação policial nos complexos do Alemão e da Penha
Detalhes da Operação
A operação policial batizada de Contenção, realizada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, Rio de Janeiro, resultou em mais de 60 mortes confirmadas, estabelecendo-se como a ação mais letal na história da região metropolitana do Rio de Janeiro. Os dados são do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF), atualizados após uma coletiva de imprensa do governador Cláudio Castro (PL), que apresentou um balanço da ação.
O foco da operação era conter a expansão territorial da facção criminosa Comando Vermelho. Para isso, planejavam cumprir 69 mandados de prisão em 180 endereços. O governador destacou que esta é a maior operação já realizada pelas forças de segurança do estado.
Histórico de Operações Policiais
A operação Contenção superou o massacre do Jacarezinho, ocorrido em maio de 2021, que registrou 28 mortes, incluindo a de um policial. Das quatro ações mais violentas no estado, três ocorreram sob a administração de Cláudio Castro. A terceira mais letal foi uma operação no complexo da Penha em maio de 2022, que resultou em 23 mortes, todas civis.
Táticas e Confronto
O governo estadual relatou que criminosos utilizaram drones para lançar bombas contra as equipes policiais e a população, tentando atrasar o avanço da operação no Complexo da Penha. Barricadas foram erguidas nas vias por criminosos para impedir a entrada das forças policiais.
Segundo o Geni-UFF, desde janeiro de 2007, ocorreram 707 chacinas policiais na região metropolitana, resultando em 2.865 civis e 29 policiais mortos. O grupo define chacina como qualquer ação policial com mais de três vítimas civis.
Análise de Especialistas
O Geni-UFF afirmou que a operação "confirma a assustadora tendência por parte do Governo do Estado e suas forças policiais de praticar um número cada vez maior de chacinas com quantidades inaceitáveis de vítimas". Daniel Hirata, um dos coordenadores do grupo de estudos, classificou a operação como desastrosa.
Hirata destacou que, embora o crescimento do Comando Vermelho seja uma preocupação, as operações policiais têm se mostrado ineficazes na contenção das atividades criminosas. Ele criticou a falta de planejamento estratégico e a desconexão de outras políticas públicas.
Não se pode considerar uma operação com tantos mortos bem-sucedida", afirmou Hirata. Ele também mencionou o cenário de terror que inclui a interrupção de aulas, serviços de saúde e trabalho, além de ferimentos e mortes, como inaceitáveis em um regime democrático.
Ocorrências Mais Letais no Estado do RJ
- Mais de 60 mortos (em atualização) - Penha e Alemão (outubro de 2025)
- 28 mortos - Jacarezinho (maio de 2021)
- 23 mortos - Vila Cruzeiro (maio de 2022) e Vila Operária, Duque de Caxias (janeiro de 1998)
- 19 mortos - Complexo do Alemão (junho de 2007)
- 16 mortos - Complexo do Alemão (julho de 2022)
- 15 mortos - Fallet/Fogueteiro (fevereiro de 2019); Senador Camará (janeiro de 2003)
- 14 mortos - Complexo do Alemão (maio de 1995)
- 13 mortos - São Gonçalo e Salgueiro (março de 2023); Catumbi (abril de 2007); Morro do Vidigal (julho de 2006); Complexo do Alemão (julho de 1994)
- 12 mortos - Complexo do Alemão (agosto de 2004 e maio de 2020); Itaguaí e Vila Ibirapitanga (outubro de 2020); Vila Isabel (outubro de 2009)


