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EconomiaHá 13 dias

Banco Central mantém Selic em 15% devido à desaceleração econômica

BC interrompe ciclo de alta da Selic, influenciado por inflação e economia lenta.

Por Redação
31 de julho de 2025 às 13:1217min de leitura
Banco Central mantém Selic em 15% devido à desaceleração econômica

Banco Central mantém Selic em 15% devido à desaceleração econômica

O Banco Central (BC) tomou a decisão de interromper o ciclo de aumento de juros, mantendo a Taxa Selic em 15% ao ano. Essa decisão foi unânime por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) e já era amplamente esperada pelo mercado financeiro.

Incertezas Econômicas Globais

Em comunicado oficial, o Copom destacou que a política comercial dos Estados Unidos tem gerado incertezas em relação aos preços. A autoridade monetária afirmou que, por ora, manterá a taxa de juros básica, mas não descartou futuros aumentos na Selic, caso necessário.

O comitê tem acompanhado, com particular atenção, os anúncios referentes à imposição pelos Estados Unidos de tarifas comerciais ao Brasil, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza", afirmou o comunicado. "[O Copom] enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.

Contexto Histórico da Selic

A atual taxa representa o maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano. Este momento marca uma pausa em um ciclo de contração na política monetária. De setembro do ano passado até maio deste ano, a Selic foi elevada sete vezes, começando em 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, para então subir progressivamente com aumentos de 0,25 a 1 ponto percentual.

Controle da Inflação

A Selic é fundamental para o controle da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em junho, o IPCA caiu para 0,24%, apesar da pressão de alguns alimentos e da conta de energia, acumulando uma alta de 5,35% em 12 meses, acima do teto da meta contínua de inflação.
Contudo, o IPCA-15 de julho, uma prévia da inflação oficial, superou as expectativas devido a aumentos nos preços de energia e passagens aéreas.

Novo Modelo de Metas de Inflação

Desde janeiro, vigora um novo sistema de meta contínua para a inflação, definida em 3% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%. A meta é apurada mensalmente, considerando a inflação acumulada em 12 meses, proporcionando uma análise mais dinâmica ao longo do tempo.
No último Relatório de Política Monetária, o BC reduziu a previsão do IPCA para 4,9% em 2025, mas a estimativa pode mudar conforme o comportamento do dólar e da inflação. O próximo relatório será divulgado em setembro.

Perspectivas de Crescimento Econômico

O aumento da Selic é uma estratégia para conter a inflação, já que juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. No entanto, isso também pode dificultar o crescimento econômico. O Banco Central elevou para 2,1% a projeção de crescimento econômico para 2025. O mercado, por sua vez, está ligeiramente mais otimista, prevendo uma expansão de 2,23% do PIB para o mesmo ano.
A Selic influencia as negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia e serve como referência para outras taxas de juros na economia. Ajustá-la para cima ajuda a conter excessos de demanda que pressionam os preços, enquanto reduzi-la pode baratear o crédito e estimular a produção, mas com risco de descontrole inflacionário.

Resumo da Notícia

O Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, interrompendo o ciclo de alta devido à desaceleração econômica. A decisão foi unânime e reflete as incertezas econômicas globais, especialmente relacionadas à política comercial dos EUA. O BC não descarta futuros ajustes na taxa.

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