Estatais acumulam déficit de R$ 18,5 bi no governo Lula
Estatais brasileiras registram déficit de R$ 18,5 bilhões desde 2023, com Correios como principal responsável, aponta Banco Central.
As estatais brasileiras acumularam um déficit de R$ 18,5 bilhões desde o início do terceiro mandato de Lula, segundo o Banco Central. O déficit, o maior já registrado, aumentou significativamente de 2023 a 2025, com os Correios como principal responsável, enquanto a Petrobras e bancos públicos estão excluídos.

Déficit das Estatais Brasileiras no Governo Lula
As empresas estatais brasileiras acumulam um déficit primário de R$ 18,5 bilhões desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme dados fornecidos pelo Banco Central e compilados pelo CNN Money. Este valor representa o maior déficit registrado para o período em toda a série histórica.
Evolução do Déficit
- 2023: As estatais encerraram o ano com um déficit de R$ 2,2 bilhões.
- 2024: O déficit quase quadruplicou, atingindo R$ 8,07 bilhões.
- 2025 (janeiro a agosto): O saldo negativo já soma R$ 8,3 bilhões.
Vale destacar que a Petrobras e os bancos públicos não estão incluídos nesses números. A exclusão da Petrobras deve-se às características específicas da empresa, que opera sob regras de governança corporativa semelhantes às de empresas privadas de capital aberto, com autonomia para captar recursos nos mercados interno e externo.
Principais Contribuintes para o Déficit
Os Correios representam o principal fator para o resultado negativo, enfrentando uma crise financeira significativa. Recentemente, a empresa anunciou um plano de reestruturação implicando um pedido de empréstimo de R$ 20 bilhões. No primeiro semestre deste ano, os Correios registraram um déficit de R$ 4,3 bilhões. Em 2024, o déficit havia sido de R$ 2,6 bilhões.
Perspectivas e Opiniões
Especialistas consultados pelo CNN Money indicam uma tendência de manutenção do déficit, especialmente com a aproximação de um ano eleitoral. Segundo Deborah Toni, advogada especialista em direito público:
O ambiente fiscal e político de 2025 é delicado. Com o país em pré-ano eleitoral, há uma tendência natural de postergação de ajustes e de resistência a medidas impopulares. Isso significa que o déficit pode se prolongar, especialmente se não houver um redesenho mais profundo da atuação dessas empresas.
Posição do Governo
O governo, por sua vez, argumenta que o resultado primário não é o indicador mais adequado para avaliar a saúde financeira de uma estatal. O MGI (Ministério da Gestão e Inovação) explica que investimentos ou pagamentos de dividendos utilizando recursos acumulados podem gerar um déficit primário sem necessariamente indicar desequilíbrio financeiro.
“Um déficit primário pode indicar um ciclo de investimento intensivo, financiado por recursos previamente acumulados ou por endividamento planejado, e não necessariamente uma falha de gestão ou insuficiência de receitas operacionais”, afirma o MGI.
O governo reforça que o resultado primário é calculado sob a ótica das finanças públicas, seguindo a metodologia do Orçamento da União, e não reflete, necessariamente, a situação de caixa ou o desempenho mercadológico das empresas.