Bolsonaro pode cumprir pena na Papuda, admite possibilidade
Bolsonaro considera prisão na Papuda, mas busca reversão no STF com base em saúde.
O ex-presidente Jair Bolsonaro considera cumprir sua pena de 27 anos na Papuda, mas tenta reverter a condenação no STF, alegando problemas de saúde. Ele busca a conversão da pena para prisão domiciliar, devido a internações e cirurgias recentes.

Bolsonaro admite possibilidade de prisão na Papuda
Ex-presidente busca reverter condenação no STF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já contempla a possibilidade de iniciar o cumprimento de sua pena de 27 anos e 3 meses de prisão no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Conforme relatado pelo site Metrópoles, Bolsonaro teria confidenciado a pessoas próximas sua expectativa de que este seja o desfecho mais provável, embora ainda recorra ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de reverter a condenação.
Tentativa de conversão da pena
Uma fonte ligada à família de Bolsonaro sugere que ele pretende buscar a conversão de sua pena para prisão domiciliar, caso o STF decida por seu encarceramento em um presídio. O ex-presidente deve utilizar seu estado de saúde como principal argumento, uma vez que tem enfrentado problemas recorrentes desde que deixou o governo. Neste ano, ele foi internado três vezes e submetido a procedimentos cirúrgicos.
Aliados próximos relatam que Bolsonaro também estaria lidando com crises intensas de soluços, que teriam se agravado nos últimos meses. A equipe de defesa deve usar esses episódios para fundamentar a tese de que ele precisa cumprir a pena em casa, sob cuidados médicos.
Condenação pelo STF
A condenação de Bolsonaro foi definida pelo STF em 12 de setembro, quando o ex-presidente e aliados foram considerados culpados por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou Bolsonaro de liderar um grupo que tentou impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022.
Investigações conduzidas pela Polícia Federal, analisadas pela PGR e acatadas pela Primeira Turma do Supremo, revelaram que o plano do grupo incluía ações violentas e até a morte de autoridades, incluindo o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes.
Recursos e estratégias jurídicas
Na última semana, a defesa de Bolsonaro apresentou embargos de declaração para revisar a pena. Os advogados alegam que o acórdão do STF deixou de considerar pontos essenciais, classificando a sentença como “injusta e equivocada”.
A defesa sustenta que o tribunal ignorou o argumento de “desistência voluntária”, segundo o qual não houve atos efetivos de execução dos crimes. O recurso também cita o voto do ministro Luiz Fux, que foi o único contrário à condenação, como fundamento para o pedido de revisão.
Enquanto aguarda o julgamento dos recursos, Bolsonaro e sua equipe discutem estratégias jurídicas para evitar o encarceramento em regime fechado. Internamente, aliados afirmam que ele tenta manter sua rotina e imagem pública, mas admite estar em “contagem regressiva” para o início da pena.


