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Lula propõe mediar tensões EUA-Venezuela na cúpula da Asean

Lula oferece mediação entre EUA e Venezuela durante encontro com Trump na Malásia.

Redação26/10/2025 21:2118min

Durante a cúpula da Asean na Malásia, o presidente brasileiro Lula ofereceu-se para mediar as tensões entre EUA e Venezuela. Em encontro com Donald Trump, Lula destacou a América do Sul como uma região de paz e se prontificou a facilitar o diálogo entre as nações.

Lula propõe mediar tensões EUA-Venezuela na cúpula da Asean

Lula propõe mediação entre EUA e Venezuela na cúpula da Asean

Durante um encontro realizado na cúpula da Asean, em Kuala Lumpur, na Malásia, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apresentou-se como mediador na crescente tensão militar entre os Estados Unidos e a Venezuela. A reunião com o presidente americano, Donald Trump, ocorreu na tarde deste domingo (26), por volta das 16h no horário local (5h de Brasília), e durou cerca de 50 minutos.

A Proposta de Lula

Segundo o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, Lula destacou ao presidente Donald Trump que a América do Sul é uma "região de paz" e demonstrou a disposição do Brasil em promover o entendimento entre as nações envolvidas. Lula afirmou:

[...] levantou o tema, disse que a América Latina e América do Sul, especificamente onde estamos, é uma região de paz e ele se prontificou a ser um contato, ser um interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela para se buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países.

A iniciativa do pedido de mediação partiu de Lula, que já havia declarado anteriormente a intenção de abordar o tema na reunião com Trump. O governo brasileiro avalia que qualquer incursão militar na Venezuela poderia trazer instabilidade à região e afetar o Brasil negativamente.

Contexto das Tensões

A proposta de Lula surge em um momento de aumentadas hostilidades entre os EUA e a Venezuela. Na última sexta-feira (24), o Pentágono anunciou a movimentação do USS Gerald R. Ford, o maior e mais poderoso porta-aviões do mundo, para o Caribe, junto com outras embarcações de apoio. O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, declarou que essa ação visa reforçar a capacidade dos EUA de:

detectar, monitorar e desmantelar atividades e atores ilícitos que comprometam a segurança e a prosperidade do território nacional dos EUA e nossa segurança no Hemisfério Ocidental.

No entanto, a justificativa de combate ao narcotráfico apresentada por Trump para a destruição de embarcações na América Latina tem sido questionada. Não há evidências ligando essas embarcações ao narcotráfico, e a explicação da Casa Branca para tais ataques é considerada nebulosa frente ao direito internacional, recebendo críticas de governos da região e especialistas.

Declarações e Sanções

Ainda na sexta-feira (24), em Jacarta, Lula criticou os ataques dos EUA a embarcações e afirmou que:

É muito melhor os Estados Unidos se disporem a conversar com a polícia dos outros países, com o Ministério da Justiça de cada país, para a gente fazer uma coisa conjunta. Porque se a moda pega, cada um acha que pode invadir o território do outro para fazer o que quer.

Enquanto isso, a retórica de Trump sobre a questão intensificou-se, com planos sendo avaliados para atacar instalações de cocaína e rotas de tráfico na Venezuela. Apesar disso, nenhuma decisão foi tomada. O ditador venezuelano Nicolás Maduro também reagiu, clamando por "peace forever" em resposta aos ataques dos EUA.
Além disso, Trump criticou o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, chamando-o de "líder de drogas ilegais". Em resposta, o Pentágono destruiu uma embarcação supostamente ligada à guerrilha colombiana ELN. Este conflito verbal prosseguiu, com Petro acusando Trump de promover execuções extrajudiciais. A Casa Branca impôs sanções a Petro, alegando contribuição para a proliferação internacional de drogas, e congelou eventuais bens do presidente colombiano e de seus familiares nos Estados Unidos. Petro rebateu dizendo ser alvo de sanções após lutar contra o narcotráfico por décadas.

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